O que é Tecnologia da Informação (TI)?
Em seus primórdios, os computadores não passavam de "máquinas gigantes" que agilizavam tarefas lógicas em instituições de pesquisa, grandes empresas e entidades governamentais. Mas, com o avanço tecnológico, essas máquinas ficaram não só mais compactas, como também se tornaram mais confiáveis e potentes. De tão expressiva, a evolução computacional nos levou a um conceito que está presente em todas as áreas do conhecimento: a Tecnologia da Informação (TI).
Essa denominação faz bastante sentido. Se olharmos bem, veremos que a informação sempre esteve por trás de todos os esforços de desenvolvimento da computação, desde os primitivos computadores do século passado até os moderníssimos servidores, PCs, notebooks, smartphones e outros dispositivos eletrônicos que nos cercam atualmente.
Se é assim, que tal entender a relação entre tecnologia e informação? É o que você verá nas próximas linhas. Se preferir, siga direto ao tópico do seu interesse:
Antes de tudo: o que é informação?
Do ponto de vista analítico, a informação é um patrimônio, um conjunto de dados que possui valor. Quando digital, esses dados não correspondem meramente a um monte de bits e bytes, mas a um conjunto classificado e organizado de detalhes que, como tal, podem ser usados por pessoas, instituições de ensino e pesquisa, governos e outras organizações em prol de um ou mais objetivos.
Nesse sentido, a informação é tão importante que pode determinar até a sobrevivência de um negócio, por exemplo. Basta pensar no que aconteceria se uma instituição financeira perdesse todas as informações de seus clientes ou se imaginar no papel de uma pessoa que enriquece da noite para o dia ao descobrir uma informação valiosa analisando grandes volumes de dados.
A informação é tão importante que organizações de todos os portes e ramos de atividade investem constantemente em tecnologias para obtenção, classificação, análise, proteção e preservação de dados.
É aqui que a Tecnologia da Informação passa a cumprir um papel importante no dia a dia de indivíduos e organizações. São as decisões ligadas a esse conceito que irão definir como dados podem ser coletados, analisados e classificados para se transformarem em informação e, a partir daí, serem disponibilizados, acessados, processados e protegidos em benefício de determinada finalidade.
Então, o que é TI?
A Tecnologia da Informação (ou, em inglês, Information Technology — IT) pode ser definida como o conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos computacionais que visam permitir a obtenção, o armazenamento, a proteção, o processamento, o acesso, o gerenciamento e o uso das informações.
Esse conjunto de soluções é composto, essencialmente, por uma combinação de equipamentos (hardware) e software:
- Hardware: PCs, notebooks, servidores, tablets, smartphones, equipamentos de redes (como roteadores e switches), impressoras, leitores de códigos de barra, entre outros;
- Software: sistemas operacionais, aplicativos (programas), protocolos de comunicação, antivírus, soluções de ERP, certificados digitais, tecnologias como blockchain e por aí vai.
Por que a Tecnologia da Informação é importante?
Se a informação é um patrimônio, um bem que agrega valor e dá sentido às mais diversas atividades, é importante garantir que os recursos de hardware e software sejam aplicados e mantidos de modo condizente à cada atividade. É por isso que empresas e outras organizações costumam contar com um departamento de TI (ou uma divisão similar).
Esse departamento de TI pode trabalhar por conta própria, ser terceirizado — quando os serviços de Tecnologia da Informação são prestados por profissionais ou empresas externas — ou, ainda, corresponder a uma combinação de ambos.
O que importa é que as decisões relacionadas à TI sejam tomadas e executadas de modo a garantir que as atividades que dependem delas obtenham os recursos e resultados necessários.
Uma rede de supermercados, por exemplo, precisa garantir que o seu sistema de vendas estará em funcionando durante toda a operação comercial, do contrário, o prejuízo será grande; do mesmo modo, um hotel precisa ter um sistema bem desenvolvido para evitar reservas de quartos para dois clientes ao mesmo tempo.
Além de levar em conta aspectos como desempenho (é indesejável que a aplicação fique lenta ou instável), disponibilidade (o sistema não pode ficar inoperante quando em uso) e segurança (para evitar roubo de dados, por exemplo), o departamento de TI precisa tomar decisões bem ponderadas para evitar desperdício de recursos ou gastos inesperados.
Tome como base este exemplo: se uma empresa renova seu parque de computadores comprando máquinas com placas de vídeo muito potentes para funcionários que apenas precisam acessar sistemas internos e ferramentas de escritório (como o Microsoft Office), estará fazendo um gasto desnecessário.
Placas de vídeo potentes são caras e, por isso, devem ser direcionadas somente aos profissionais que realmente se beneficiam delas, como editores de vídeo ou desenvolvedores de jogos. Comprar computadores de boa qualidade não significa adquirir as opções mais sofisticadas, mas aquelas que possuem os recursos necessários para cada atividade.
Outro exemplo: uma empresa com 20 funcionários adquiriu um servidor para compartilhamento e armazenamento de arquivos em rede que suporta 500 usuários simultâneos. Se a companhia não tiver expectativa de aumentar significativamente o seu quadro de funcionários, comprar um servidor como esse é o mesmo que adquirir um ônibus para uma família de cinco pessoas.
Tem mais: se esse servidor parar de funcionar, os arquivos ficarão indisponíveis, situação que certamente atrapalhará as atividades da empresa. Não seria o caso, então, de adquirir um servidor mais adequado ao porte da empresa ou, dependendo das circunstâncias, adotar uma solução mais flexível, como um serviço baseado em computação nas nuvens?
Esses exemplos mostram que, independentemente do ramo de negócio ou atuação, a Tecnologia da Informação faz parte das "engrenagens" que movem empresas e demais organizações, por isso, precisa ser tratada com prioridade — decisões acertadas trarão resultados positivos; omissões ou precipitações terão consequências ruins.
Por ter tamanha relevância, a TI acaba tendo íntima relação com rotinas de planejamento estratégico, controle financeiro, gestão de projetos e, claro, recursos humanos — ou seja, as funções desempenhadas pelos profissionais de TI.
Um departamento de TI pode ser dividido em pelo menos três áreas:
- Governança de TI: reúne profissionais e recursos que lidam com processos, políticas, normas, estratégias e análises ligadas à TI. Essa é uma área mais gerencial, por assim dizer;
- TI operacional: concentra profissionais e recursos que colocam a Tecnologia da Informação no dia a dia da organização. Inclui divisões como suporte técnico, implementação de sistemas, análises de segurança, entre outros;
- Infraestrutura de TI: é a parte que lida com equipamentos (como servidores, parque de PCs e roteadores de rede) e estruturas de comunicação (como cabeamento de rede), por exemplo.
Essas divisões podem trabalhar em conjunto ou, ainda, ter ligação com setores externos.
Leve em conta também que, dependendo do ramo de atuação ou do porte do negócio, uma empresa pode ter outras divisões internas ligadas à TI, como uma área dedicada exclusivamente a desenvolvimento de software.
O profissional de TI
As tarefas de planejamento, gerenciamento, desenvolvimento, implementação, manutenção, atualização, segurança, otimização e suporte (ufa!) relacionadas a soluções computacionais cabem aos profissionais de TI.
Mas não existe um "faz-tudo" aqui. Por causa de sua amplitude, a área de Tecnologia da Informação pode ser dividida em vários setores, como você viu acima, do mesmo modo que a medicina conta com numerosas especializações, por exemplo.
Nesse sentido, podemos encontrar atuando no mercado profissionais de TI para cada um dos seguintes segmentos: banco de dados, análise de dados (como os profissionais que lidam com Big Data), desenvolvimento, infraestrutura, redes (incluindo aqueles vinculados ao setor de telecomunicações), segurança, suporte ao usuário, gestão de recursos, entre outros.
Para cada um desses segmentos, há subdivisões. Por exemplo, em desenvolvimento, há profissionais que atuam apenas com softwares comerciais (como ERP), outros que trabalham com criação de aplicativos para dispositivos móveis, aqueles que atuam em sistemas web e assim por diante.
Via de regra, interessados em seguir carreira na área de TI fazem cursos como ciência da computação, engenharia da computação e sistemas de informação. Mas essas não são as únicas opções. Há vários tipos de cursos de TI, inclusive com foco técnico, como tecnologia em redes, tecnologia em banco de dados e tecnologia em gestão.
Profissionais de TI podem contar ainda com certificações para especializações e cursos de pós-graduação (para profissionais já graduados, é claro).
Conclusão
Quem precisa de TI? Nos tempos atuais, a sociedade como um todo. Hoje, a Tecnologia da Informação se relaciona com as mais diversas áreas do conhecimento e está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, mesmo quando elas não percebem.
Se você declara imposto de renda, seus dados são processados por computadores do governo; se você tira passaporte, suas informações ficam cadastradas em um banco de dados da Polícia Federal (ou outro órgão competente, de acordo com o país); se você faz compras em um site de comércio eletrônico, o sistema de vendas da loja dá baixa no estoque.
Enfim, exemplos não faltam. E repare que a informação é sempre o elemento central dessas e de outras atividades. A Tecnologia da Informação não é apenas sinônimo de modernidade, portanto. Trata-se, acima de tudo, de uma necessidade dos novos tempos, afinal, a informação sempre existiu, mas não de maneira tão volumosa e aproveitável.
Reprodução de: O que é Tecnologia da Informação (TI)? (infowester.com)