Você é o produto: cuidado com “coisas gratuitas” na Internet!
Trata-se de uma situação comum: repentinamente, um novo aplicativo cai no gosto popular, vira moda e todo mundo começa a usar. Pode ser um editor de imagens que aplica um filtro em sua foto e lhe faz parecer mais velho, ou um teste de personalidade supostamente preciso. A natureza do produto não importa — o que importa é que, ao ver todos os seus amigos utilizando, você decide usar também, nem que seja para entrar na onda e mostrar para todos que também está participando da brincadeira.
O perigo de aplicativos, serviços e plataformas gratuitas na internet é que, na maioria das vezes, seus usuários se esquecem de perguntar algo muito importante: se nada é cobrado para a utilização daquela obra, como seu criador arrecadará dinheiro? Ora, com raras exceções (como a comunidade de software livre, que desenvolve programas de forma filantrópica), os desenvolvedores precisam lucrar com suas criações, nem que seja para arcar com os custos de produção.
A resposta é simples — quando algo é gratuito, você geralmente é o produto. Um jogo ou um aplicativo que é distribuído sem custo é, na maioria das vezes, monetizado através de anúncios — que podem ser invasivos ou até mesmo maliciosos, direcionando o usuário para um domínio pouco confiável. Isso sem citar, é claro, a comercialização de dados pessoais e a instalação de scripts perigosos junto com o software principal.
Uma série de riscos
São tantos perigos em utilizar algo gratuito na web que fica difícil elencar todas as ameaças. Primeiramente, digamos que você queira usar um serviço online que não lhe cobra um centavo, mas exige cadastro ou login através de alguma rede social. Ao topar essa “troca”, você está concordando em ceder seu e-mail para eventuais comunicações publicitárias, ou seus dados da rede social para que redes de anunciantes possam lhe direcionar peças de marketing adaptadas aos seus gostos pessoais.
Claro, nem sempre o responsável por aquele serviço é mal intencionado. Mas, também, precisamos levar em conta que sua infraestrutura pode não ser tão elaborada e, no caso de um incidente de segurança, todas aquelas informações de contato de seus usuários podem vazar na web nas mãos de um criminoso cibernético. No fim, quem mais perde é você, que terá o incômodo de trocar de senha e ficar de olho em eventuais campanhas de phishing direcionadas a seu endereço de e-mail.
Outro perigo das coisas gratuitas na internet são os “agregados”. Um software pode instalar um adware (script malicioso que enche seu computador de anúncios) ou um malware sem que você perceba. Talvez o programa até seja confiável, mas possui brechas de segurança que não são consertadas pelo seu desenvolvedor e se transformam em uma porta de entrada para que criminosos invadam a sua máquina.
Como se prevenir
A primeira dica para se prevenir é muito simples: coloque na balança se vale mesmo a pena usar aquele app da moda ou conceder seus dados pessoais para aquela plataforma online de confiabilidade duvidável. Muitas vezes nos cadastramos em coisas ou baixamos programas sem pensar nas consequências, tratando apenas como “mais um login e senha” para guardar. Lembre-se: quanto menos locais você armazenar suas informações, melhor.
Se mesmo assim você decidir que vale a pena adentrar nessa aventura, tome o hábito de ler atenciosamente os termos de uso e de privacidade do serviço/app em questão. Muitos aplicativos abusivos que causaram polêmica na web deixavam explícito em suas políticas oficiais que seus desenvolvedores poderiam usar os dados dos usuários da forma que quisessem, pelo tempo que julgassem necessário. Uma leitura prévia pode evitar situações desagradáveis.
Por fim, lembre-se de baixar aplicativos apenas das lojas oficiais de seu sistema operacional móvel (Play Store ou App Store) e de procurar os sites oficiais do desenvolvedor na hora de baixar softwares. Com isso, você reduz as chances de ser vítima de um malware ou ganhar um programa “agregado”.
Produção: Equipe de Conteúdo Perallis Security
